Anselmi admite pressão no FC Porto: “É tempo de dar um murro na mesa”
Martín Anselmi reconhece que está por um fio no comando técnico do FC Porto. À entrada para o último jogo da fase de grupos do Mundial de Clubes, frente ao Al Ahly, o treinador argentino usou um discurso firme e emocional para tentar motivar a equipa — e, ao mesmo tempo, deixar claro que está consciente do momento delicado que vive.
A derrota por 2-1 frente ao Inter Miami provocou um abalo interno na estrutura portista. Não só pelos pontos perdidos, mas pela imagem deixada em campo. O treinador admite isso sem rodeios: “Temos o orgulho ferido e não é esta a imagem que queremos dar.” E, ao mesmo tempo, faz um apelo à reação: “Temos uma oportunidade para reverter essa imagem contra um adversário poderoso.”
Alinhamento com Villas-Boas
O discurso de Anselmi vem no seguimento da dura crítica deixada por André Villas-Boas, que se mostrou envergonhado com a exibição frente ao Inter Miami. Questionado sobre esse desabafo do presidente, o técnico argentino demonstrou total alinhamento.
“Encontrei um presidente que está sempre presente, sem folgas, sem férias. Para nós, o FC Porto é o mais importante que temos. É preciso dar o murro na mesa, mas temos de saber que murro queremos dar, não dar por dar”, afirmou, mostrando-se comprometido com a exigência interna do clube.
Humildade e autocrítica como ponto de partida
Anselmi defende que a equipa precisa fazer uma análise profunda e sem filtros: “Se não temos humildade de perceber o que temos feito mal, então não vamos encontrar soluções.” O técnico acredita que o problema do rendimento recente não está no sistema tático, mas na forma como a equipa compete.
“Não vejo o futebol por sistemas, mas por modelos e essência. A equipa melhora o jogador, e não o contrário. É evidente que vamos ter de designar tarefas novas e encontrar jogadores que tragam algo diferente”, frisou.
“Os jogadores estão comigo”
Apesar da contestação crescente, o técnico garante que sente o grupo consigo. “Somos frontais e humanos. Não tenho problemas em dizer quando me estou a enganar, e eles também não. Hoje, cada jogador é quase uma empresa, mas no fim só a equipa importa. E estamos todos unidos por esse propósito.”
Anselmi também recusou escudar-se em desculpas sobre o rendimento no Mundial: “Acabámos a Liga com três vitórias, é verdade, e houve fatores que condicionaram neste Mundial. Mas isso seria falar de desculpas, e eu não gosto disso. Sabemos o que temos de fazer melhor.”
Com apenas um ponto somado na fase de grupos, o FC Porto depende de si e de terceiros para avançar. A situação complica o futuro de Anselmi, que apesar disso, não perde a confiança no seu trabalho: “É difícil eu render-me. Sinto-me tranquilo com o meu trabalho e o do meu corpo técnico. Sabemos o que temos de mudar na próxima temporada.”
Ainda assim, o tempo começa a escassear. A estrutura do clube está em alerta, e tudo o que acontecer frente ao Al Ahly poderá ser decisivo. Uma eliminação precoce no Mundial de Clubes não seria apenas uma desilusão desportiva — poderia significar o fim da linha para Anselmi no comando técnico dos dragões.
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